sexta-feira, agosto 16, 2013

Babá ou escolinha?

Tá aí talvez uma das maiores polêmicas da maternidade, tal como parto normal ou cesária, por exemplo. Existem radicais de todos os lados e nós, mães "normais", no meio do fogo cruzado!

Desde que fiquei grávida nunca pensei na opção "babá". Primeiro porque eu iria mesmo ficar de licença por 6 meses e queria eu mesma cuidar do meu filho. NÃO foi fácil. Quem já teve a oportunidade de ler os posts sobre as noites (muito) mal dormidas que tive ao longo de um ano e quatro meses sabe do que eu estou falando.

Mas eu tinha na época, e ainda tenho, a convicção de que nós temos que estar próximos dos nossos filhos, pelo menos enquanto ainda estamos de licença. Afinal, para eles, nós somos seu porto seguro. Simples. Cheguei a ser levemente pressionada para pelo menos ter alguém olhando ele nos fins de semana para eu ir no cabelereiro (kkkkkkkkkkkkkkkk). Como se isso fizesse parte da minha rotina alguma vez na vida! Recusei solenemente.

Mas quando voltei a trabalhar, também não cogitei ter uma babá. Primeiro porque meu marido poderia dar uma bela "mão" em tudo. Eu não sou daquelas mães que acham que o marido/pai é um ser fora da realidade materna, pelo contrário. Aqui ele sempre fez e faz tudo. Deu banho, deu mamá, fez dormir, só ele fazia arrotar, sai para passear sozinho... Então, com a volta ao batente, ficou com ele o "encargo" de cuidar do pequeno durante as tardes. Quando o filhote completou 8 meses, foi matriculado na escolinha.

Confesso que não fiz qualquer pequisa. Tenho um colega de trabalho com um filho da mesma idade e que a esposa, bem mais neurótica e natureba que eu, já tinha visitado todas as poucas boas escolas da cidade e escolhido uma. Fomos lá, gostamos, e fizemos a matrícula.

Coisa mais linda o pequeno de uniforme. Eram 6 bebês, quase todos sem andar, na salinha, toda acolchoada, cheia de brinquedos. Tinha parquinho, jardim, bichinhos... tudo lindo até a primeira pneumonia em pleno verão e uma internação hospitalar de 3 dias.

E aí começou a saga dos problemas respiratórios recorrentes e das outras 5 pneumonias. Bastava um coleguinha aparecer doente, que o porqueira ficava também, mas elevado à décima potência. Por quê? Só Deus sabe. Temos histórico de problemas pulmonares/respiratórios na família, inclusive eu tive crises de bronquite até sair da faculdade. Poderia ser isso. Mas talvez a falta do leite materno nos primeiros meses tenha também contribuído para a baixa imunidade.

Então, diferentemente de outras famílias que, pelos mais variados motivos não deixavam de levar seus filhos doentes à escola, contribuindo assim para a disseminação e contaminação interminável de vírus, nós nos "virávamos nos trinta" para ficar com o filhote em casa, descansando. Noites e noites de inalação, antibióticos (dos mais comuns até os que nunca tinha ouvido falar), corticóides... Foi assim até abril.

Viajamos para a Disney e o porqueira ficou lá 20 dias sem nem espirrar. Isso porque estava em contato direto com milhares de pessoas desconhecidas, com seus vírus e tudo, achamos que tinha passado. Ele já estava "grande". Voltamos de férias e já na primeira semana de escola, outra pneumonia. Poxa! Assim não estava dando.

Ele sofria, nós sofríamos, sem contar que a escola estava sendo religiosamente paga, mesmo sem ele ir. E assim começou a surgir a palavra "babá" em casa. Primeiro minha mãe, depois minha tia, seguidas do meu marido. E eu? Relutante. Confesso que não queria privá-lo do convívio com outras crianças (apesar de que ele estava mais ausente que presente) e não queria uma pessoa dentro de casa somente para "olhar" meu filho. Trabalho com direito penal e sei muito bem do que as pessoas são capazes. Coisa meio paranoica, eu sei.

Na escola, por piorzinha que seja (e isso não era o caso daquela), a criança tem estímulos bons. Não digo que é ensino, porque não tem cobrança por resultados, né? Mas é aprendizado, desenvolvimento motor, psíquico... Sem contar que tem outras pessoas olhando. A change de "algo dar errado ou estar errado" é menor.

E eu enrolei essa história por longos 2 meses. Até que decidimos que, com a chegada do inverno, ele não voltaria para a escola. E agora? Onde achar uma "babá" nesta cidade? Onde eu teria referências? Acabamos tendo a indicação de duas, sendo que uma delas, a primeira contatada e a mais velha, não deu as caras no dia da "entrevista". Compromisso para quê, gente!

A outra, da minha idade, por sinal, veio e logo já estava trabalhando. Tive sorte, essa é a palavra, por ser uma moça que tinha uma pequena experiência no assunto, já que trabalhou em creche municipal, como "monitora", por 3 anos. Então, o mínimo ela sabe. Além disso é uma pessoa muito calma, fala baixo, tem uma paciência gigante, brinca bastante e o melhor, ajuda no desenvolvimento do lindão. É um tal de giz de cera (alguns desenhos escondidos na parede de casa...), massinhas, futebol no campinho. Moramos em frente a praia e todos os dias o porqueira fica mais de uma hora brincando na areia. Chega em casa mais empanado que croquete.

Mas algumas coisas não mudaram. Ela só vem durante a semana, já que fim de semana ninguém aqui trabalha e não precisa de babá. Vai embora no final da tarde, quando o marido chega em casa. É responsabilidade dele dar o outro banho, o jantar e ficar com o pequeno até eu chegar. E assim ele fica comigo até a hora de dormir.

Para nós, neste momento, foi a melhor opção. Não condeno as outras mães que tem babás mesmo sem trabalhar, porque só a gente sabe onde o calo aperta. Mas eu não queria alguém que fosse minha substituta, mas sim meu auxílio. Morei em uma cidade onde as babás iam para o clube do condomínio, nos fins de semana, com os pais e o bebê, e entravam de roupa na piscina, pois não podiam por maiô (sabe se lá porque), para brincar com as crianças enquanto os pais conversavam animadamente, sem nem interagir com o próprio filho. Não acho isso certo, sinceramente.

O tempo passa tão rápido, nós somos tão absorvidos pelo trabalho, que, infelizmente, num piscar de olhos eles crescem e saem de casa (#dramaqueen). Ajuda nunca é demais, ter aquelas horinhas só para você, é algo de incrível. Mas acho que relegar a outro todos os momentos do seu filho é triste. O importante é o equilíbrio e isso varia conforme a família, né?

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