terça-feira, junho 10, 2014

O desfralde

Com a proximidade do segundo aniversário do Porqueira, começaram as perguntas sobre a retirada das fraldas. É incrível como as pessoas se preocupam com esse assunto. Dá a impressão de que, caso seu filho ainda use fraldas nesta idade, ele tem que ter algum problema!

É um tal de ouvir, "meu filho já tirou e ele nem fez dois anos"; "o filho da vizinha da minha amiga não usa fralda desde o primeiro aniversário"; "mas você não vai aproveitar o verão para tirar a fralda?" que cansa, e muito!

Apesar da pressão externa e do preço estratosférico das fraldas (com a idade aumentando e a oferta varidada de comidas, as fraldas estavam ficando com cheiro ruim se não fossem trocadas várias vezes; na verdade, acho que estava trocando mais a fralda do que fazia na época de recém nascido), resistimos bravamente. 

Isso aconteceu porque meu filho não dava sinais de que estava pronto para essa etapa. Primeiro porque ele não sabia ainda tirar a roupa sozinho, segundo porque ele não ficava muito tempo de fraldas vazias e terceiro (e principalmente) porque ele não tinha interesse em usar a privada, apesar de há tempos ir ao banheiro com a gente (privavidade para quê, meu povo) e querer dar descarga, coisa e tal.

O tempo foi passando e a escola nos convidou para uma palestra sobre o assunto com uma terapeuta ocupacional. Lá nos foi informado que o processo do desfralde seria iniciado com as crianças que "já estavam prontas" e o Porqueira estava inserido neste grupinho.

A primeira coisa que fizemos foi comprar uma mini-privada. Nada caro (segurei o impulso consumista e não gastei uma fortuna numa privadinha de marca), mas era bonitinha e colorida (e tocava uma musiquinha IRRITANTE). O segundo passo foi, contrariando a especialista, comprar uma fralda que possibilitasse ser abaixada.

A privadinha BBB.


Vimos esse modelo nos EUA (Huggies, salvo engano) e chegamos até a usar nas duas viagens, pela praticidade de trocar o meninão em pé. Aqui encontramos da Pampers, chama-se "Pants".'

É dessa fralda que estou falando! Recomendo mesmo!


Digo contrariando porque a terapeuta disse que, para não confundir a criança, o ideal era tirar a fralda diurna de uma só vez, sem abrir concessões. O discurso é muito bonito para quem não viaja com frequencia, nem pretende sair de casa por um período mais elástico com a criança. Afinal, você não acha banheiros com facilidade por aí (limpos é pedir demais) e ninguém quer ficar trocando roupa molhada a toda hora. Além disso, apesar da facilidade dos meninos em usar qualquer lugar como "banheiro", sou contra. Xixi na rua é nojento e só admitido em casos excepcionalíssimos, na minha opinião.

Passamos a deixá-lo só de cueca e camiseta em casa e quando saia para passear colocava a "cueca fralda". Inventamos esse nome para dar um destaque à novidade. Nos primeiros dias, a gente perguntava a cada meia hora se ele queria ir ao banheiro. Em pouco tempo ele percebeu que não poderia fazer xixi ou cocô na cueca, porque iria ficar sujo. E por incrível que pareça, ficou com nojinho quando isso aconteceu. Quando estava com vontade, perguntava se estava de "fralda-cueca" e diante da resposta negativa, corria para a privadinha.

Claro que houve escapes. O cocô foi o mais demorado. Quando ele avisava que queria fazer, já estava fazendo. Mas em duas semanas estava resolvido esse problema. Na terceira semana ele já passou a sair de casa sem a "fralda-cueca", apesar de mantê-la durante as viagens. Mais algumas semanas e tiramos essa também.

Tudo feito sem pressa e sem "pressão pelos resultados". O processo todo levou pelo menos 1 mês e meio. Agora ele só usa a "fralda-cueca" (mantivemos o modelo) para dormir. Alguns dias ela amanhece cheia. Em outros, vazia. Por isso ainda vamos esperar um tempo para começar a tirar essa também. Tudo com muita calma, sem ansiedade.

É claro que cada criança tem seu tempo e cada família sabe qual o melhor método, mas acredito que manter a calma é a melhor opção, já que os pais parecem ficar mais nervosos do que a criança num momento desses.


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