sábado, setembro 06, 2008

Traumas

A Ana Tejo está lá no blog dela contando como foi o primeiro dente perdido do Montanha. As dúvidas do rapazinho (que por sinal evidenciam uma enorme inteligência - te invejo, Montanha!), a ansiedade para saber o que vem depois e outras "cositas" mais que vocês podem ler lá mesmo.

Hoje ela postou um texto lindo, daqueles que só mães cheias de amor saber escrever, para dizer que aquele dente simboliza ao mesmo tempo o bebê e o rapazinho que está crescendo. E para dizer que guardou o dente!!!!

MEU DEUS!!!! SERÁ QUE SÓ EU TENHO NOJO DISSO? Só pode ser trauma. É isso! Já que meus dentes se recusavam a seguir o curso normal de uma vida de dente (nascer - crescer - ficar mole - cair), tive que arrancar um por um, conforme o prazo de validade ditado pelo meu dentista chegava. O último se foi quando eu tinha 16 anos. Só assim os permanentes desciam (nem dar as caras antes, para ficar encavalados, eles eram capazes). O isso não foi o fim. Ainda tenho dois "dentinhos de leite" devidamente grudados na minha boca, já que os permanentes não existem para substitui-los.

Eu até hoje lembro de tudo nos mínimos detalhes. Chegava o dia "T" (já que a tortura comia solta naquele consultório). Meu pai me levava na odontonclínica (na FAB o negócio é chique, benhê! adhauhdauhd). O "Tio" dentista já sorria lá do final do corredor, quando chamavam o meu nome. Sentada na cadeira começava a peregrinação de aprendizes para ver a minha boca (afinal, já que era um negócio diferente, não custava ajudar na formação dos alunos que ajudavam o veteranos na odontoclínica). Anestesia com gosto de casca de laranja; outra com agulha para doer menos. E o trabalho em si começava...

Só Deus e quem já teve um dente são arrancado sabe o quanto dói. Se é do lado de cima, parece que seu cérebro vai sair junto com ele. Se são os dentes de baixo, seu maxilar vai ser deslocado. Alguns momentos de força depois, lá está aquele dentão gigante no boticão. E com raiz! Porque dente que não tem raiz é aquele que sai pelos meios naturais. Até pontos já tive que levar...

E aí vinha aquela pergunta: "Quer levar para casa?" Quem? Eu? NEM QUE A VACA TUSSA! Quem em sã consciencia leva o símbolo da tortura para casa? E ainda por cima deixa a mãe fazer colar com ele? Tem coisa mais tribal que isso? Impossível. Eu tenho horror, nojo mesmo. Você olha dentro e ainda tem sangue... só mãe mesmo para querer um negócio desses!

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