domingo, junho 21, 2009

Minha música meu momento - Blogagem coletiva


A música está presente na minha vida desde que eu me lembro por gente. Na verdade, ela deve estar na vida de todos desde o nascimento, afinal, que mãe não canta para ninar o filho?

Eu comecei a estudar piano aos 6 anos, antes mesmo de saber ler ou escrever (naquela época a alfabetização começava na primeira série). Ao mesmo tempo que fui alfabetizada na escola, fui na música. Meu primeiro livro de estudo não tinha notas e sim figuras! Um dedo machucado representava o dó. Um relógio, o ré. E assim por diante.

Foram 11 anos de estudos. Alguns professores. E muita dedicação. Não que eu fosse a aluna exemplar, longe disso. Em algumas épocas eu fugia das aulas. Minha avó me deixava na porta do colégio e eu ficava me escondendo da irmã que era minha professora. Adolescentes!

Mesmo fugindo de algumas aulas eu nunca pedi para não ir mais. Alguma coisa me chamava. Talvez o olhar de admiração da minha mãe (pianista de uma música só! ahsduahduahduah) ou o orgulho do meu avô (aquele mesmo que cantarola músicas e que aprendeu a tocar teclado sozinho! E num mini teclado da Casio aos 65 anos). Não sei.

Apesar de o piano ser um instrumento lindo, não é muito prático. Nã dá para levar para os churrascos da turma, como o violão. Nem se encontra hoje nas casas das pessoas com facilidade. Era engraçado. Bastava a mãe de um amigo saber que eu tocava, para desencavar as partituras de seus estudos numa infância distante. E lá ia eu, tocar. Era o máximo para mim.

Toquei em inúmeras audições, restaurantes e hotéis (era duro fugir dos pedidos do meu avô). Até em praça pública eu toquei! Em um evento da prefeitura...

Mas o tempo passou. O vestibular chegou e acabei desistindo da música (minha primeira opção) pelo direito. Troquei o nebuloso pelo certo. E os dias de estudo ficaram para trás.

Não consegui trazer o piano para perto. Quem sabe um dia ele sai da casa da minha mãe volta para mim? Faz falta ter um a mão nos momentos de angústia ou solidão. Tocar preenche o vazio que às vezes aparece. Por enquanto vamos vivendo separados, nos reencontrando de tempos em tempos para matar a saudade e alegrar ainda mais as nossas vidas...

PS: Essa blogagem coletiva foi sugestão da Nade!

9 comentários:

Nade T. disse...

Virgínia, porque não tentas resgatar esta história que fez parte da sua vida como uma maneira de trazer pra perto lembranças tão boas!
Olha, e tocar piano é de um charme...
Linda sua história! Adorei saber que seu avô aprendeu aos 65 anos, sozinho, a tocar teclado... Isso prova que nunca é tarde enquanto estamos vivos!
Obrigada pela sua participação da Coletiva, viu!
Grande beijo!
Orgulho de Ser

Susana Falhas disse...

Olá Virgínia:

Eu também aprendi a tocar, mas um órgão aos 9 anos, quando um professor abriu uma pequena escolinha lá na terra. Estive lá cerca de 5 anos, eu e a minha irmã...até que chegou o dia em que desisti, porque deixou de ter piada para mim ( se calhar por que o professor era muito limitado e não tive outras oportunidades de evoluir...) Tal como a Virgínia optei por estudar letras e deixei a música para trás. Hoje ainda continua o órgão em casa da minha mãe, mas já me deu vontade de o levar para minha casa, para dar os toquezinhos ,de vez em quando. Curioso : acabamos por ter um percursos semelhantes no mundo da música, com uma grande diferença, na minha família ninguém tinha formação ou gosto por tocar um instrumento.

Gostei da tua partilha sobre a tua música...mas agora pergunt-lhe: e a música da tua vida, não tens? Eu escolhi uma ( queres espreitar? - Aldeia da minha vida.

Bjs Susana

Unknown disse...

Susana, acho que não tenho A música da minha vida... Acho que tenho as músicas. Não consigo pensar em uma para definir a minha existência! ahsduahuhasdu
Por você (do Barão Vermelho), me lembra o meu marido. Big girl don't cry (da Fergie) meu casamento. O Lulu Santos como um todo me lembra a adolescência. Eu não tenho uma... São várias que me fazer ficar naquela estação de rádio, mesmo não sendo uma música "da minha época".

Vamos fazer uma campanha? Traga seu instrumento para perto? rsrsrs Que sabe eu voltando para SP trago meu piano?
Bjsss

Nade: Que bom que gostou! Fiquei feliz com o convite! Bjs

Adriana de Albuquerque Mello disse...

Lindo texto, Vigínia! Me emocionei.
Beijos

Serena Flor disse...

Estive ocupada por estes dias e somente hoje estou podendo visitar os amigos da blogagem.
Adorei o teu texto minha querida...legal mesmo!
Um grande beijo e ótima semana!

Lucia disse...

Ah, nao deixa de tocar, nao! Eu sou doida pra aprender, sabia? Quero muito um dia aprender Piano, Bateria e violino, nessa ordem e vou fazer isso assim que comprar uma casa (pois aqui nao temos lugar pra um piano). Achei o maximo voce ter esse dom tao fantastico! bjos

. disse...

Pensar em uma musica somente é dificil mesmo..
Tambem comecei a estudar piano bem novo com 5 para 6 anos...mas fiz somente o preparatorio..depois com 8 anos que voltei e fiz ate o sexto ano..
Vc me lembrou dos meus tambem..avó espanhola que tinha orgulho e pedia para tocar mil vezes para ela e ainda trazia as amigas rsrs
e eu louco para jogar bola na rua..
Bons tempos..
Beijos

Unknown disse...

Fico feliz em ver tantos comentários sobre o texto! OBRIGADA!

Lúcia: Tudo isso? rsrsrsr Nunca é tarde para aprender. Apesar de ser um pouco mais difícil. A questão de espaço pega aqui em casa também. Não tenho onde por o piano, sem contar que trazer ele nessa distância é relativamente perigoso. Bj

Olavo: Todos os avós são iguais, não? Os netos são os melhores em tudo! :D

Sonhos melodias disse...

Oi Virginia,
Desculpe a demora mas acoisa anda braba!!! Linda sua história com a música. Não nasci para tocar nada. Bem que tentei, então me contentei em me tornar apenas uma boa ouvinte de quase todos os ritmos e gêneros. Não vivo sem música. Virei commais calma para conhecer melhor seu espaço.
Bjs